Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia de COVID-19 teve repercussões inesperadas em outro front de saúde global: a Tuberculose. A OMS relata que muitos casos de tuberculose deixaram de ser notificados, e há uma crescente preocupação de que o número de pessoas com a doença não diagnosticada e não tratada tenha aumentado em todo o mundo.

O Brasil não escapou dessa tendência preocupante. De acordo com um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em março deste ano, a mortalidade por tuberculose no país voltou a crescer nos últimos anos. Em 2021, foram registrados 5.072 óbitos pela doença, o que representa um aumento de 11,9% em relação a 2019. Essa foi a primeira vez, em quase duas décadas, que o país ultrapassou a marca de 5 mil mortes causadas pela tuberculose. Desde 2002, quando foram registrados 5.162 óbitos, o Brasil não chegava a esse patamar.

Para os pacientes que sofrem de doenças reumáticas, o aumento de casos não diagnosticados de tuberculose em todo o mundo é uma preocupação ainda maior. Isso porque essas pessoas apresentam um risco aumentado de desenvolver a doença. O Dr. José Eduardo Martinez, médico especialista da Sociedade Brasileira de Reumatologia, enfatiza a importância de procurar um reumatologista se alguém tiver qualquer sintoma relacionado ao sistema músculo-esquelético.

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria conhecida como Bacilo de Koch. Essa doença afeta principalmente os pulmões e seus sintomas mais comuns incluem tosse, febre e perda de peso. A boa notícia é que a tuberculose é evitável e curável, mas o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para garantir a cura.

O Ministério da Saúde reforça que a tuberculose é uma doença curável e que todos os diagnósticos e tratamentos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A detecção e o início precoce do tratamento são essenciais para evitar complicações. Além disso, para as pessoas que receberam o diagnóstico de infecção latente, o tratamento preventivo da tuberculose é recomendado. Tomar a vacina BCG também é crucial, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença.