O encontro envolve uma rede de professores, acadêmicos, pesquisadores e profissionais das ciências ambientais e tem como tema «Novos caminhos para a ecologia integral: cinco anos depois da Laudato si’». O objetivo do evento é examinar o impacto desse documento no mundo contemporâneo, analisando o papel que indivíduos e organismos sociais podem desempenhar no cuidado da Casa comum.
Tudo está interligado
No início de seu discurso, Francisco agradeceu a EcoOne e aos representantes do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e do Movimento Católico Global pelo Clima, que colaboraram para tornar possível este evento que “analisa uma visão relacional da humanidade e do cuidado do nosso mundo a partir de uma variedade de perspectivas: ética, científica, social e teológica”.
“Recordando a convicção de Chiara Lubich de que o mundo criado traz em si mesmo um carisma de unidade, confio que a sua perspectiva possa guiar o seu trabalho no reconhecimento de que «tudo está interligado» e que «se exige uma preocupação pelo meio ambiente, unida ao amor sincero pelos seres humanos e a um compromisso constante com os problemas da sociedade»”, ressalta o Papa no texto.
Francisco chama a atenção para a “necessidade urgente de um novo paradigma socioeconômico mais inclusivo que reflita a verdade de que somos «uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos». Esta solidariedade recíproca e com o mundo que nos rodeia, requer uma vontade firme de desenvolver e implementar medidas concretas que favoreçam a dignidade de toda a pessoa em suas relações humanas, familiares e trabalhistas, combatendo ao mesmo tempo as causas estruturais da pobreza e empenhando-se por proteger o ambiente natural”.
Profunda conversão interior
Segundo o Pontífice, “para alcançar uma ecologia integral, é necessária uma profunda conversão interior quer a nível pessoal quer comunitário”.
Lembrando os grandes desafios que temos de enfrentar neste momento, como as mudanças climáticas, a necessidade de um desenvolvimento sustentável e a contribuição que a religião pode dar para a superação da crise ambiental, Francisco afirma que “é essencial romper com a lógica da exploração e do egoísmo e promover a prática de um estilo de vida sóbrio, simples e humilde”.
O Papa espera que esta iniciativa ecológica dos Focolarinos possa “cultivar uma corresponsabilidade de uns pelos outros como filhos de Deus e um renovado compromisso de bons administradores do seu dom da criação”, e conduzir a “novos caminhos que levem a uma ecologia integral em prol do bem comum da família humana e do mundo”.