Brasil desperdiça mais de 28 milhões de doses de vacinas contra a covid-19

O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou um acórdão na semana passada apontando que o Brasil desperdiçou mais de 28 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. O prejuízo estimado é de R$ 1,2 bilhão.

As perdas foram registradas entre 2021 e 2022, nos estoques do Ministério da Saúde, das secretarias estaduais e municipais de saúde.

Segundo o relatório do TCU, as causas para as perdas não foram identificadas de forma individual pelo Ministério da Saúde, que as atribuiu apenas ao não atingimento da meta vacinal.

O ministro relator, Vital do Rêgo, ponderou que as perdas podem ser decorrentes de múltiplas causas, como falta ou atraso de registro de vacinação, não utilização do quantitativo de doses indicadas no frasco, inconsistência de registro de vacinação e a rejeição de uso pela população de certo tipo de vacina.

Os ministros do TCU decidiram, por unanimidade, determinar ao Ministério da Saúde que apresente em 15 dias planilhas de imunizantes atualizadas, referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024, com dados de vacinas contra a covid-19, distribuídas ou a distribuir aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal.

A pasta também deve apresentar em 30 dias um plano de ação, identificando as medidas a serem adotadas, para o monitoramento do processo de distribuição, vacinação e registro de vacinas contra a covid-19.

O desperdício de vacinas contra a covid-19 é um problema grave, que representa um prejuízo financeiro e uma perda de oportunidade de proteger a população contra a doença. É importante que o Ministério da Saúde adote medidas para evitar que isso aconteça novamente.

Causas das perdas

De acordo com o relatório do TCU, as causas das perdas de vacinas contra a covid-19 no Brasil podem ser divididas em três grupos:

  • Erros administrativos: falta ou atraso de registro de vacinação, não utilização do quantitativo de doses indicadas no frasco, inconsistência de registro de vacinação.
  • Fatores operacionais: dificuldades de armazenamento e transporte das vacinas, perdas durante a distribuição.
  • Fatores socioculturais: rejeição de uso de certo tipo de vacina pela população.

O ministério da Saúde deve adotar medidas para mitigar os riscos associados a cada um desses grupos de causas.