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O crescente número de casos de ataques cardíacos entre os mais jovens nos últimos anos tem sido motivo de preocupação para a comunidade médica em todo o mundo. O infarto, a parada cardíaca e o acidente cerebral vascular, juntos, têm se tornado a principal causa de morte global.
No Brasil, os dados alarmantes mostram que os casos de infarto registrados por mês mais que dobraram nos últimos 15 anos. Além disso, a média mensal de internações decorrentes dessa condição subiu quase 160% no mesmo período. Surpreendentemente, entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi ainda maior, com um aumento de 10% acima da média nacional, revelou um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Cardiologia, com base nos dados do Ministério da Saúde.
O estudo demonstrou que a média mensal de internações por infarto saltou de 5.282 para 13.645 entre os homens, e de 1.930 para 4.973 entre as mulheres.
O Dr. Paulo Caramori, integrante do conselho da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explicou que esse aumento preocupante de casos entre os jovens pode estar relacionado a diversos fatores. Estes vão desde problemas congênitos até uma piora nos hábitos diários, incluindo o crescente consumo de alimentos ultraprocessados e até mesmo o uso de drogas.
O especialista ressaltou a gravidade da situação, destacando que duas das principais causas de morte na população hoje são relacionadas a problemas cardiovasculares: o ataque cardíaco e o AVC (acidente vascular cerebral). Segundo ele, uma mudança importante de hábitos pode contribuir significativamente para a prevenção dessas doenças.
Dr. Caramori enfatizou que a redução no consumo de alimentos ultraprocessados é uma das medidas cruciais para combater o aumento dos casos de doenças cardiovasculares. Esses alimentos são metabolizados rapidamente pelo organismo, elevando as taxas de glicose de forma brusca e colocando em risco a saúde cardiovascular. A ingestão excessiva de alimentos ultraprocessados está associada a maior chance de obesidade, diabetes e hipertensão.
Nesse contexto, é essencial que a sociedade e as autoridades em saúde pública atuem para conscientizar sobre os riscos desses hábitos e incentivem escolhas mais saudáveis em relação à alimentação, atividade física e bem-estar geral.





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